Um foi herói de uma das maiores conquistas da história do seu clube. O outro sustenta uma invencibilidade de 24 jogos e é uma dos maiores esperanças da sua equipe. Gringos de Corinthians e Palmeiras, Paolo Guerrero e Jorge Valdivia têm motivos de sobra para curtir status de ídolos de duas das mais tradicionais torcidas do futebol brasileiro. A dupla, porém, só mantém a coincidência de ter nascido no exterior, já que, dentro de campo, e fora dele também, ambos vivem situações completamente distintas nesta temporada.
Dono da melhor campanha da primeira fase do Paulistão ao lado do Santos, o Verdão começou o ano de seu centenário empolgando o torcedor. O aproveitamento de 100% foi interrompido somente na sétima rodada, quando o time do técnico Gilson Kleina desperdiçou cobrança de pênalti nos minutos finais da partida contra o Audax e ficou no empate em 1 a 1. Nada, porém, que pudesse abalar a confiança da torcida para o clássico deste domingo.
Seguindo programação especial da comissão técnica, Valdivia participou de quatro partidas em 2014. Sem sofrer uma grave lesão muscular desde março do ano passado, o meia mostrou logo em sua estreia que sua boa fase estava de volta. Contra o Atlético Sorocaba, o gol marcado e a boa atuação fizeram o Mago dizer que aquele gol seria “o primeiro de muitos” no ano. E logo o “segundo de muitos” teve um gosto mais especial.
No primeiro grande desafio do Palmeiras no ano de seu centenário, o Mago abriu caminho para a boa vitória alviverde contra o São Paulo, no Pacaembu, no dia 2 de fevereiro. De cabeça, o camisa 10 abriu o placar e comemorou em frente ao goleiro Rogério Ceni, que, numa tentativa de revide, esticou o pé, para que o meia tropeçasse - em vão. No fim, Kardec ampliou em cobrança de pênalti, mas foi para Valdivia os grandes destaques pelo triunfo palmeirense.
Do outro lado, Guerrero viu sua história no Corinthians mudar drasticamente um dia antes do Choque-Rei. Vítima de um segundo semestre de 2013 bem abaixo do esperado de toda a equipe, e de um início de temporada irregular, o peruano viu as glórias do Mundial de Clube de 2012 serem completamente apagadas quando cerca de 100 corintianos invadiram o centro de treinamento alvinegro para protestar contra a fase da equipe no Paulistão. Durante o ato, o atacante foi agredido e até “esganado no pescoço” por um torcedor mais exaltado.
Dentro de campo, o rendimento, que já não era dos melhores, caiu drasticamente após o incidente. Tanto que Guerrero, autor de um gol em sete partidas em 2014, perdeu condição de titular e só vai voltar ao time no clássico por causa do desfalque de Emerson Sheik, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.
Em momentos completamente distintos, Valdivia e Guerrero estarão em campo para escrever mais um capítulo da história do clássico entre Corinthians e Palmeiras. No domingo, o chileno alviverde e o alvinegro peruano duelam às 16h, no Pacaembu, pela oitava rodada do Campeonato Paulista - com transmissão da TV Globo para todo o estado de São Paulo. Quem vai levar a melhor?
Fonte: Globo Esporte