Nem de longe o Atlético-MG exibiu aquele futebol que encantou o país no primeiro semestre do ano passado, mas assim como na Libertadores de 2013, o time começou vencendo. Se naquela ocasião a vitória foi no Horto, por 2 a 1 sobre o São Paulo, desta vez foi fora de casa, por 1 a 0 contra o Zamora, na Venezuela, triunfo que pode indicar a correção de um dos grandes defeitos do time nos últimos anos, que é não vencer fora.
Fernandinho acredita que isso já mostra um pouco do trabalho do novo treinador:
- Estamos aprendendo a assimilar os jogos fora, que são sempre muito difíceis, e não tomar gol. Nossa equipe tem um ataque bom que pode decidir, como nessa terça-feira, num bom cruzamento do Ronaldo e na cabeçada do Jô. Foi merecido pela nossa determinação, e quando assimilarmos tudo que nosso comandante quer, vamos ficar cada vez mais fortes.
Se não foi brilhante, pelo menos o Galo foi eficiente. Na defesa, apenas duas finalizações deram trabalho a Victor, enquanto um gol foi corretamente anulado. Mais seguros do que no final da temporada passada, Léo Silva e Réver levaram a melhor sobre o ataque do Zamora. Nas laterais, menos avanços e mais combate. Dátolo, mesmo improvisado, não vem comprometendo, principalmente atrás, e até se arrisca no ataque em algumas oportunidades. Marcos Rocha já não é a principal saída do time para o ataque, com mais preocupações defensivas.
- Estão cobrando a gente com 20 dias de trabalho. Mas time grande tem que se acostumar com isso. Foi ideal pelos três pontos. Viemos aqui buscar o resultado - analisou Marcos Rocha.
Do meio para frente o time ainda vive uma fase ruim. Se vão bem na marcação, Pierre e Josué deixam a desejar na criatividade. O segundo até tenta ser um pouco mais ousado que o primeiro, se aproxima da área, mas sem efetividade. Pelo menos diante do Zamora, Ronaldinho não foi bem, errando muitos passes e claramente sem ritmo de jogo por ser sua primeira partia na temporada. Isso se reflete no número de finalizações: até o momento do gol, aos 42 minutos do segundo tempo, tinham sido apenas duas. Apesar do rendimento abaixo, o meia ficou muito satisfeito com o resultado.

Mesmo com Ronaldinho mal, outro pedido insistente de Autuori nos treinamentos foi atendido. O Galo tem trocado mais passes antes de tentar a jogada crucial, e neste início tem tentado tanto, que jogadores como Tardelli e Fernandinho, muito rápidos pelas laterais, são obrigados a usar menos a característica. Tardelli prefere ressaltar a maturidade da equipe.
- Vamos nos acostumando, nos adaptando ao estilo de jogo, não fizemos uma grande partida, mas 1 a 0 na Libertadores é goleada para nós.
Já na frente, Jô continua sendo crucial. De costas para os zagueiros, ele perdeu praticamente todas as jogadas, em várias delas reclamando de faltas inexistentes, mas no fim mostrou o oportunismo de sempre para dar a vitória ao Atlético-MG.
Fonte: Globo